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A Reforma Protestante e o Pentecostalismo

Atualizado: 4 de jan.


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Hoje, 31 de Outubro de 2024 comemora-se os 507 anos da Reforma Protestante o que para nós Pentecostais, suscita a seguinte pergunta: Como o Pentecostalismo relaciona-se com a Reforma?

Tendo em vista que o pentecostalismo é um movimento do cristianismo protestante que surgiu no século XX, mas está separado historicamente da Reforma Protestante do século XVI, essa pergunta leva-nos a uma importante resolução acerca da herança que o Movimento da Reforma deixou para os Pentecostais 4 séculos mais tarde, visíveis e fundamentais até os dias de hoje.

Dentro da Teologia Pentecostal entendemos os pontos principais e que são irrevogáveis para os reformadores, mas não os tornamos doutrinas irrevogáveis como nossos irmãos o fazem. Por outro, quando alguém analisa a história do Pentecostalismo, irá ver que os primeiros pentecostais enfatizavam quatro pontos principais:

  1. Jesus Salva

  2. Jesus Cura

  3. Jesus Batiza com Espírito Santo

  4. Jesus Voltará

Dessa forma, a primária da Teologia Pentecostal emerge de Doutrina Cristocêntrica. Contudo, é imprescindível falar de nossas doutrinas pentecostais sem perceber que ambas (Pentecostal e reformada) podem conversar quando tratamos dos 5 elementos fundamentais da Reforma Protestante: as 5 Solas:


1) Sola Scriptura – somente como Escrituras (2Tm 3.16,17): como Cristãos Pentecostais cremos, concordamos e ensinamos que a Bíblia é suficiente para reger a vida do Cristão e a Igreja de Cristo. Ela é a verdade e contém autoridade Divina como manual de conduta e regra de fé.

"Na realidade, os pentecostais são o “povo da Bíblia”. Embora os pentecostais incentivem a experiência espiritual, fazem-no com um olho atento às Escrituras. Como já observei, a Bíblia, e particularmente o livro de Atos, fomenta e molda a experiência pentecostal. O movimento começou em uma escola bíblica e foi estimulado por um estudo cuidadoso da Bíblia. A natureza centrada em Cristo e dirigida pela Bíblia do movimento pentecostal é característica que não devemos perder de vista." - Pentecostes, essa história é a nossa história, página 17, Robert P. Menzies, CPAD.

2) Sola Fide – somente a Fé (Rm 1.16,17): reafirmamos que o instrumento que salva o homem não provém dele próprio e sim do próprio Deus, que é a Fé, suficiente e única que pode salvá-lo e conduzi-lo ao relacionamento com o Pai, o Filho e o Espírito Santo.


3) Sola Gratia – somente a Graça (Ef 2.8,9): Somente a Graça habilita o homem a receber continuamente o dom de Deus. Esta por sua vez, garante ao homem o acesso à Fé, que não vem de nós, é Dom de Deus para Salvação.


4) Solus Christus – somente Cristo: Ele é a centralidade de toda Doutrina, sua vida e sua obra regem a Igreja, sendo esta um Corpo, e o tendo como Cabeça. Sua Autoridade, poder, supremacia e amor, permitiram o homem ser salvo e a partir disso, co herdeiro da promessa (Romanos 8:16–17).


5) Soli Deo glória (Sl 115.1; 1Tm 1.17): Somente Deus é o único que merece toda honra, toda glória e todo espírito. O homem foi criado para render glória ao Senhor, sendo o fim de sua vida convergido no mesmo aspecto: glorificar a Deus (Efésios 1:3-10).


Assim, nós pentecostais somos a continuação da Reforma protestante e somos reformados pelo Espírito Santo a cada dia. O teólogo anglicano, Alister McGrath, historiador da igreja, conclui esse pensamento da seguinte maneira:


"O pentecostalismo deve ser entendido como parte de um processo protestante de reflexão, reconsideração e regeneração. Ele não é consequência de uma "nova Reforma", mas o resultado legítimo do programa contínuo que caracteriza e define o protestantismo desde seu início. O pentecostalismo, como a maioria dos outros movimentos do protestantismo, fundamenta-se no que aconteceu antes. Seu igualitarismo espiritual é claramente a redescoberta e a reafirmação da doutrina protestante clássica do "sacerdócio de todos os crentes". Sua ênfase na importância da experiência e na necessidade de transformação remonta ao pietismo anterior, em especial, como desenvolvido na tradição de santidade. Contudo, o pentecostalismo uniu e casou essas percepções em sua própria percepção distintiva da vida cristã e de como Deus é encontrado e anunciado. Ele oferece um novo paradigma de autoexpressão para o protestantismo, antes, considerado marginal e levemente excêntrico pelos crentes da corrente principal; cem anos depois, o pentecostalismo, cada vez mais, passa, ele mesmo, a definir e a determinar essa mesma corrente principal". McGrath, Alister. A Revolução Protestante. 1 ed. Brasília: Editora Palavra, 2012, P. 428.

Referências:

Anderson Fábio da Silva, O Pentecostalismo é reformado?


Autora do artigo:

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Julliana Lima,

É professora, bacharelanda em Teologia e pós graduanda em Teologia Pentecostal.

Atua como professora de Teologia em seminários e cursos teológicos.



 
 
 

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